terça-feira, 9 de junho de 2009

“Se o casamento fosse bom, não era preciso testemunhas…”


Marcelo, escritor de 39 anos, divorciado de um casamento, marca um encontro estratégico com o seu melhor amigo Pedro, arquitecto de 42 anos, divorciado de três casamentos, num bar da Linha de Cascais que tem o sugestivo nome de “Lost & Found” (Perdidos e Achados).Mais do que um encontro casual ou de rotina, este tem um bem com um pedido de ajuda! Marcelo, finalmente, conseguiu combinar um jantar com uma antropóloga que persegue há meses mas depara-se com um problema: ela está acompanhada por uma amiga do Porto... E cabe a Pedro desempenhar o papel de melhor amigo e acabar a noite como cabide para a amiga do Porto.Este pretexto é suficiente para que, de uma forma natural e espontânea, a dinâmica da conversa entre os dois se centre nas suas relações com as mulheres e em todos os seus predicados, visto do ponto de vista de dois homens diferentes na arte de conquistar. Pedro, mais prático e directo nas conquistas, que sabe o que quer duma mulher e não se deixa iludir nem confundir, bem auto confiante; e do outro lado do palco, Marcelo, mais exigente e sensível, ficando sempre com formigueiro e excitado com os encontros.Uma conversa bem construída e envolvente, repleta de histórias destes dois “predadores quarentões”, carregada de situações caricatas do seu passado.Algo fluido assim, talvez se deva ao facto de os dois actores serem pré-dinosauros do teatro e da televisão portuguesa, mas também pelos vários trabalhos desenvolvidos em conjunto dentro do teatro de comédia ou fora dele ao longo das suas carreiras.
Mesmo sendo homem e pensando que me conheço, este espectáculo proporcionou uma viagem ao mais secreto e íntimo do que pensam os homens sobre o sexo oposto.O sexo, o casamento, o divórcio, a traição, a amizade e a virilidade não são mais do que desculpas em jeito de sorriso para levar o homem contemporâneo a reflectir sobre si e a sua interacção com as mulheres.
Aguardo sinceramente a versão feminina desta peça, entre compreender o homem ou a mulher, prefiro compreender o homem que é mais simples (e como vantagem tenho o facto de ser homem), mas tentar compreender a mulher é uma viagem bem mais interessante.


Apreciação critica sobre a peça de teatro de comédia “I Love My Pénis O Regresso”.

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